Ultrassom à Beira do Leito: Como a Prática em Pacientes Reais Impacta a Qualidade do Exame
O ultrassom à beira do leito (POCUS) é uma ferramenta diagnóstica cada vez mais utilizada na prática médica. No entanto, a transição do treinamento em ambientes simulados para a aplicação em pacientes reais levanta questões sobre a manutenção da qualidade das habilidades psicomotoras adquiridas. Um estudo recente investigou essa transferência de habilidades, buscando quantificar o impacto da prática em pacientes na qualidade dos exames de ultrassom realizados por estudantes.
A pesquisa analisou dados de exames de POCUS realizados por 46 estudantes de um programa de Assistente Médico. Foram avaliados mais de 6 mil exames, sendo que uma parte significativa foi realizada em não pacientes, enquanto outra parcela foi aplicada diretamente em pacientes. Os resultados revelaram que a probabilidade de obter um exame de alta qualidade diminui consideravelmente quando as habilidades são transferidas para o ambiente real, especialmente em procedimentos mais complexos. Isso sugere que a prática em simuladores, embora importante, não garante a mesma proficiência quando aplicada em situações clínicas reais.
O estudo também indicou que a realização precoce da transferência de habilidades para pacientes pode resultar em um desempenho inicial inferior, mas, paradoxalmente, leva a melhores resultados de reaprendizagem a longo prazo. Além disso, a prática deliberada e intensiva antes da transição para o atendimento ao paciente demonstrou estar associada a um melhor desempenho na primeira aplicação em pacientes reais. Esses achados reforçam a importância de um acompanhamento rigoroso durante a transição para a prática clínica, especialmente em habilidades mais complexas, a fim de garantir a segurança do paciente e otimizar o aprendizado do profissional de saúde.
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