Captura de Movimento Sem Marcadores: Uma Nova Ferramenta para Análise da Biomecânica?
A análise do movimento humano é crucial em diversas áreas da saúde, desde a reabilitação física até a otimização do desempenho esportivo. Tradicionalmente, essa análise dependia de sistemas de captura de movimento baseados em marcadores (MBMC), que exigem a fixação de sensores no corpo do indivíduo. No entanto, uma nova abordagem, a captura de movimento sem marcadores (MMC), surge como uma alternativa promissora, oferecendo maior praticidade e eliminando a necessidade de preparação prévia do paciente.
Um estudo recente avaliou a precisão do sistema Ergomechanic, um sistema de MMC que utiliza modelos de pose baseados em algoritmos, comparando-o com um sistema MBMC já estabelecido. Os pesquisadores analisaram os movimentos da parte inferior do corpo de dezoito participantes durante atividades como ficar em pé, agachar e andar. Os resultados mostraram uma alta correlação entre os dois sistemas na medição dos ângulos de flexão-extensão do tornozelo, joelho e quadril. Embora a correlação tenha sido um pouco menor para os ângulos de rotação do quadril e para a região da pelve e coluna lombar, o estudo demonstrou o potencial do Ergomechanic como ferramenta para a análise da cinemática da marcha e outros movimentos.
Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores apontam para áreas de melhoria no sistema MMC, especialmente na captura de movimentos da pelve e do tronco. A análise das diferenças entre os dois sistemas de captura revelou que a maior parte da variação (75%) se deve a diferenças inerentes nas próprias metodologias de medição. Outros fatores contribuintes incluem o menor número de pontos-chave utilizados no sistema MMC (26) em comparação com os marcadores MBMC (67) e as diferenças na modelagem musculoesquelética. Em suma, o estudo valida o uso do Ergomechanic para análise da cinemática dos membros inferiores e oferece importantes insights para o desenvolvimento futuro de sistemas de captura de movimento sem marcadores, que prometem revolucionar a forma como avaliamos e compreendemos o movimento humano.
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