Padrões Alimentares de Crianças e Adolescentes com Autismo no Brasil: Um Estudo Detalhado
Um estudo recente investigou os padrões alimentares de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil, revelando uma combinação de alimentos tradicionais e ultraprocessados em suas dietas. A pesquisa, publicada na revista Nutrition, analisou a alimentação de 361 pacientes com TEA, com idades entre 2 e 19 anos, utilizando recordatórios alimentares de 24 horas não consecutivos.
Os resultados apontaram para a identificação de padrões alimentares distintos em cada refeição (café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar). Alimentos como café, pão, arroz, feijão e carne, considerados tradicionais na culinária brasileira, foram observados em conjunto com itens ultraprocessados, como biscoitos, doces, salgadinhos, bebidas açucaradas e carnes processadas. Um dado preocupante é a ausência de frutas em todos os padrões alimentares identificados, enquanto vegetais foram encontrados apenas no almoço e jantar. O lanche da tarde se destacou por apresentar o maior consumo de energia (30,3% da ingestão diária) e a maior densidade energética (1,6 kcal/g).
A pesquisa também identificou associações entre variáveis sociodemográficas, estado antropométrico e o uso de antipsicóticos com a adesão a determinados padrões alimentares. Esses achados reforçam a importância de se desenvolver intervenções nutricionais específicas para essa população, considerando a influência da composição da dieta na saúde geral de indivíduos com TEA. A compreensão dos padrões alimentares existentes é crucial para o planejamento de estratégias que promovam uma alimentação mais equilibrada e nutritiva, visando melhorar a qualidade de vida e o bem-estar dessas crianças e adolescentes. É fundamental o acompanhamento de um nutricionista para auxiliar nas escolhas alimentares e promover hábitos saudáveis.
Origem: Link