Agitação em UTI: Monoterapia vs. Terapia Combinada – Qual a Melhor Abordagem?
A agitação, caracterizada por inquietação excessiva e atividade psicomotora exacerbada, representa um desafio comum em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Frequentemente associada a quadros de delirium, síndromes de abstinência ou fatores estressantes ambientais, a agitação pode levar a complicações significativas. O manejo farmacológico da agitação em UTIs pode envolver o uso de um único medicamento (monoterapia), geralmente benzodiazepínicos ou antipsicóticos, ou a combinação de ambos (terapia combinada).
A escolha entre monoterapia e terapia combinada é complexa. Benzodiazepínicos, embora essenciais no tratamento da abstinência alcoólica ou de sedativos, estão associados a um risco aumentado de delirium e maior tempo de internação na UTI. Antipsicóticos são amplamente utilizados, mas sua eficácia na melhora dos resultados do delirium não foi consistentemente demonstrada em estudos clínicos randomizados. A terapia combinada, por sua vez, pode proporcionar um controle comportamental mais rápido em casos de agitação refratária ou de etiologia mista, mas parece aumentar o risco de sedação excessiva, hipotensão e necessidade prolongada de ventilação mecânica.
As diretrizes atuais de cuidados intensivos, como as recomendações PADIS (Pain, Agitation/Sedation, Delirium, Immobility, and Sleep Disruption) de 2018, enfatizam a importância da individualização do tratamento, do uso de protocolos de sedação estruturados e da titulação cuidadosa da medicação. A decisão clínica deve equilibrar a necessidade de controle imediato da agitação com a preocupação com os resultados neurológicos e funcionais a longo prazo. A seleção criteriosa do paciente e o monitoramento constante são cruciais para otimizar os resultados e minimizar os riscos associados a ambas as abordagens terapêuticas. A compreensão das causas subjacentes da agitação é fundamental para uma intervenção eficaz e segura.
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