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A capacidade de distinguir odores, especialmente aqueles quimicamente semelhantes, é fundamental para nossa percepção do mundo. No bulbo olfatório, uma região crucial do cérebro, essa distinção é alcançada por meio de um delicado equilíbrio entre atividades excitatórias e inibitórias. Neurônios especializados, chamados células mitrais e tufadas, processam as informações olfativas e as transmitem para áreas corticais superiores. Uma nova pesquisa investiga como a função de um gene específico nesse processo pode estar ligada a distúrbios do neurodesenvolvimento.

O estudo, publicado no The Journal of Physiology, explora o papel do gene NPAS4, um fator de transcrição dependente da atividade, na formação de padrões coordenados de excitação-inibição no bulbo olfatório. Cientistas investigaram o que aconteceria se o NPAS4 fosse removido dos neurônios principais do bulbo olfatório. Usando modelos de camundongos, eles descobriram que a ausência de NPAS4 afetava a capacidade de decodificar odores quimicamente semelhantes. Embora os camundongos ainda pudessem detectar os odores, sua capacidade de distingui-los foi prejudicada. Mais surpreendente, a capacidade de decodificar diferentes aldeídos no córtex também foi perdida.

Essas descobertas são particularmente intrigantes porque o NPAS4 faz parte de uma rede de genes candidatos ao autismo. A alteração na capacidade de processar informações sensoriais, como odores, pode contribuir para os desafios perceptivos enfrentados por indivíduos com distúrbios do neurodesenvolvimento. Ao identificar o NPAS4 como um fator chave na formação de representações olfativas distintas, esta pesquisa abre novas vias para compreender como as alterações na circuitaria sináptica podem influenciar a experiência sensorial e potencialmente contribuir para a carga de distúrbios do neurodesenvolvimento.

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