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O interesse pelo uso medicinal da cannabis tem crescido significativamente nos últimos anos, impulsionado por mudanças nas percepções sobre seu potencial terapêutico e pela evolução das regulamentações em diversos países. Embora algumas evidências sugiram benefícios para condições como esclerose múltipla e epilepsia, a eficácia e segurança da cannabis no tratamento de transtornos mentais ainda são temas de debate e investigação.

Uma revisão recente analisou estudos clínicos randomizados (RCTs) sobre o uso de cannabis medicinal em diversas condições de saúde mental, seguindo um rigoroso processo metodológico. Foram identificados 28 RCTs que investigaram o uso da cannabis medicinal em 12 transtornos mentais diferentes, incluindo esquizofrenia, transtorno por uso de cannabis, transtorno por uso de cocaína, transtorno de estresse pós-traumático e transtornos de ansiedade. As intervenções variaram, incluindo o uso de canabidiol (CBD) purificado em diferentes dosagens, sprays oromucosais contendo tetrahidrocanabinol (THC) e CBD, e até mesmo o uso de flor de cannabis vaporizada ou fumada.

Os resultados da revisão apontaram para uma grande heterogeneidade entre os estudos, tanto em termos de desenho quanto de qualidade. Embora alguns estudos tenham demonstrado benefícios a curto prazo em condições como transtorno por uso de cannabis, transtorno do espectro autista e esquizofrenia, nenhum estudo conseguiu comprovar a eficácia a longo prazo. A conclusão da revisão reforça a necessidade de mais pesquisas, com estudos clínicos randomizados robustos, bem delineados e com acompanhamento prolongado, para determinar o real papel da cannabis medicinal no tratamento de transtornos mentais. A heterogeneidade dos estudos atuais dificulta a obtenção de conclusões definitivas, e a falta de evidências a longo prazo exige cautela na utilização da cannabis para essa finalidade.

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