Paralisia Cerebral e Acesso à Saúde: Um Estudo Retrospectivo na Austrália
Um estudo recente realizado em Victoria, Austrália, investigou os fatores que influenciam o acesso a serviços de saúde hospitalares por pessoas com paralisia cerebral (PC) ao longo da vida. A pesquisa, de natureza observacional retrospectiva, analisou dados administrativos de saúde vinculados, abrangendo o período de 2019 a 2023. O objetivo principal foi identificar determinantes associados à utilização desses serviços, buscando entender melhor as necessidades específicas dessa população.
Os dados analisados incluíram informações sobre o tipo de serviço utilizado, a frequência de acesso e fatores individuais que poderiam facilitar ou dificultar esse acesso. A amostra do estudo compreendeu 284 indivíduos com PC, com uma idade média de 40 anos e 7 meses. O número de vezes que cada participante acessou os serviços de saúde variou consideravelmente, de 1 a 163 vezes. Os resultados revelaram que viver em moradia assistida aumentou a probabilidade de acessar qualquer serviço de saúde, incluindo o atendimento de emergência. Por outro lado, adultos jovens apresentaram menor probabilidade de acesso em comparação com crianças, enquanto idosos mostraram maior probabilidade de internação hospitalar.
A interpretação dos resultados aponta para a importância de considerar as necessidades específicas de cada faixa etária e o contexto de vida das pessoas com PC. A maior probabilidade de acesso a serviços de saúde para residentes em moradias assistidas pode refletir o suporte adicional que recebem e a maior atenção às suas necessidades de saúde. A menor utilização por adultos jovens pode indicar barreiras de acesso ou uma menor percepção da necessidade de cuidados. Em contrapartida, a maior taxa de internação entre idosos pode estar relacionada ao aumento da prevalência de comorbidades e complicações de saúde associadas ao envelhecimento. A pesquisa destaca a necessidade de um conhecimento mais aprofundado sobre como fatores individuais, como complexidade da deficiência e contexto geográfico, influenciam o uso de serviços de saúde, visando a otimização dos resultados de saúde para pessoas com PC.
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