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Pesquisadores identificaram uma conexão entre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), a microbiota intestinal alterada e níveis elevados de p-cresol, um metabólito produzido por bactérias no intestino. Estudos anteriores já haviam demonstrado que o p-cresol pode induzir déficits sociais em modelos animais, afetando a atividade de neurônios dopaminérgicos, cruciais para o comportamento social.

A nova pesquisa se aprofunda nos mecanismos moleculares por trás desses efeitos. Ao investigar a distribuição do p-cresol e seu derivado, o p-cresol sulfato, no organismo, os cientistas descobriram que ambos se acumulam no tronco encefálico. Essa concentração interfere na produção de catecolaminas, neurotransmissores essenciais para diversas funções cerebrais, incluindo o comportamento social. O estudo aponta que o p-cresol inibe duas enzimas chave nesse processo: a tirosina hidroxilase (TH) e a dopamina-β-hidroxilase (DBH).

Simulações computacionais sugerem que o p-cresol e o p-cresol sulfato se ligam competitivamente aos sítios catalíticos das enzimas TH e DBH, impedindo sua ação. Curiosamente, a inibição da DBH por si só foi suficiente para reproduzir os déficits sociais observados em animais expostos ao p-cresol. Esses achados revelam um mecanismo pelo qual metabólitos produzidos pela microbiota intestinal podem influenciar a função cerebral e o comportamento, estabelecendo uma ligação entre o intestino e as manifestações sociais associadas ao TEA. A compreensão desses mecanismos abre portas para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas focadas na modulação da microbiota intestinal para mitigar os sintomas do TEA.

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