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A Síndrome da Sonda Nasogástrica (SSNG) é uma complicação rara, porém grave, decorrente da compressão prolongada das estruturas laríngeas por uma sonda nasogástrica. Essa compressão pode levar à paralisia bilateral das cordas vocais e, consequentemente, à obstrução aguda das vias aéreas superiores. Embora a SSNG tenha sido relatada em pacientes que necessitam de alimentação enteral devido a condições como acidente vascular cerebral (AVC) ou comprometimento da consciência, sua ocorrência durante o tratamento da catatonia, um distúrbio psiquiátrico caracterizado por alterações motoras e comportamentais, é menos conhecida e documentada.

Um estudo de caso recente destacou a importância de estar atento à SSNG em pacientes com catatonia. Uma paciente de 66 anos, com provável demência com corpos de Lewy, apresentou catatonia com retardo psicomotor e necessitou de sonda nasogástrica para suporte nutricional. Após 38 dias da inserção da sonda, ela desenvolveu estridor (ruído respiratório agudo), dificuldade respiratória progressiva e respiração paradoxal. A laringoscopia revelou paralisia bilateral das cordas vocais associada a edema aritenóide (inchaço na região da laringe). Uma traqueostomia de emergência foi realizada para garantir a respiração da paciente. Exames de imagem descartaram outras causas para a paralisia, confirmando o diagnóstico de SSNG. Após a remoção da sonda nasogástrica, a mobilidade das cordas vocais gradualmente retornou ao normal.

Este caso ressalta a necessidade de monitoramento clínico cuidadoso em pacientes com catatonia que utilizam sonda nasogástrica, especialmente porque esses pacientes podem ter dificuldade em comunicar seus sintomas. O surgimento de sintomas como estridor ou rouquidão durante a alimentação por sonda nasogástrica deve levantar a suspeita de SSNG. Uma abordagem multidisciplinar, incluindo a consulta imediata com um otorrinolaringologista, é fundamental para prevenir complicações graves e garantir o bem-estar do paciente. A identificação precoce e o tratamento adequado da SSNG podem evitar a necessidade de intervenções invasivas, como a traqueostomia, e melhorar significativamente o prognóstico do paciente.

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