Saúde Desvendada

As funções executivas e a autorregulação desempenham um papel crucial no aprendizado e na adaptação, sendo frequentemente afetadas em indivíduos com transtornos do neurodesenvolvimento (TND). Uma pesquisa recente analisou a importância dessas habilidades precoces no diagnóstico e nas trajetórias de desenvolvimento de TNDs, buscando sintetizar as evidências e metodologias utilizadas para investigar a relação entre funções executivas/autorregulação e os perfis funcionais desses transtornos.

A revisão sistemática e meta-análise examinou 32 estudos longitudinais que investigaram a relação entre funções executivas e autorregulação nos primeiros 6 anos de vida e os sintomas de TNDs entre 3 e 18 anos. Foram realizadas meta-análises separadas para diferentes métodos estatísticos, diagnósticos de TDAH e TEA (Transtorno do Espectro Autista), tipos de medidas de função executiva e autorregulação, e os períodos de desenvolvimento em que foram avaliadas. Os resultados apontam para uma associação longitudinal significativa entre dificuldades precoces nas funções executivas e autorregulação e comprometimentos posteriores na atenção, sócio-comunicação e funcionamento adaptativo em TNDs.

Esses achados reforçam o valor preditivo dessas dificuldades iniciais e a necessidade de considerar as características metodológicas dos estudos. Embora os resultados se concentrem principalmente em categorias diagnósticas específicas, como TDAH e TEA, eles podem ter implicações importantes para diversas condições de desenvolvimento neurológico atípico, especialmente para a prevenção de sintomas e exacerbação psicopatológica associada. A variabilidade metodológica dos estudos destaca a importância de definir ferramentas e metodologias estatísticas mais adequadas para futuras pesquisas na área. A identificação precoce de dificuldades nessas funções pode abrir caminhos para intervenções mais eficazes e personalizadas, visando melhorar a qualidade de vida de crianças com risco de desenvolver TNDs.

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