Fratura do Arco Zigomático: Quando o Tratamento Conservador Falha, a Cirurgia Tardia Ainda Pode Ser a Solução
Fraturas do arco zigomático, uma estrutura óssea importante na face, são frequentemente tratadas de forma conservadora, ou seja, sem cirurgia imediata. No entanto, essa abordagem pode levar a limitações funcionais persistentes, como a disfunção da articulação temporomandibular (ATM), que causa dor e dificuldade para abrir e fechar a boca.
Um estudo de caso recente acompanhou um paciente de 60 anos que sofreu fraturas no arco zigomático e na parede lateral da órbita após uma queda. Inicialmente, a fratura apresentava mínimo deslocamento e não afetava o processo coronóide, uma parte da mandíbula. Por isso, optou-se por um tratamento conservador com anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), relaxantes musculares, fisioterapia e modificações na dieta. Apesar de 45 dias de acompanhamento, o paciente continuou a sentir dor persistente, trismo (dificuldade para abrir a boca) e disfunção mastigatória progressiva.
Diante da persistência dos sintomas, foi realizada a redução aberta e fixação interna (RAFI) da fratura, utilizando a abordagem de Al-Kayat. Essa técnica cirúrgica permitiu restaurar a função mandibular do paciente de forma eficaz. O estudo conclui que, mesmo após o tratamento conservador inicial, a persistência de limitações funcionais deve levar a uma reavaliação do caso. A intervenção cirúrgica tardia continua sendo uma opção segura e eficaz, especialmente quando há disfunção relacionada aos músculos da mastigação. A abordagem de Al-Kayat oferece excelente exposição da área fraturada com mínimas complicações, possibilitando a recuperação funcional completa.
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