Reintegração Social e Saúde: Desafios no Apoio a Ex-Detentos com Deficiência Intelectual
A reintegração de indivíduos com deficiência intelectual após a libertação da prisão representa um desafio complexo para a saúde pública e o sistema de apoio social. Estudos apontam que essa população enfrenta maiores taxas de reincidência criminal, tornando crucial a compreensão dos fatores que influenciam o acesso a serviços de suporte adequados.
Uma pesquisa recente, realizada na Austrália, analisou dados de saúde e administrativos de quase 2 mil adultos com deficiência intelectual que foram liberados da prisão. Os resultados revelaram que menos da metade (49,1%) recebeu serviços de apoio no ano seguinte à soltura. Fatores como idade avançada, histórico de transtornos mentais e uso de substâncias foram associados a uma menor probabilidade de receber esse suporte. Por outro lado, o diagnóstico de autismo, histórico de autoagressão e um nível socioeconômico mais elevado estiveram ligados a um maior acesso aos serviços.
Esses achados destacam a importância de um planejamento de liberação direcionado, que considere as necessidades individuais de cada ex-detento com deficiência intelectual. É fundamental reconhecer a natureza prejudicial da reincidência e implementar estratégias que promovam a estabilidade habitacional, o acesso à saúde mental e a integração social. O estudo também enfatiza a necessidade de fortalecer os recursos financeiros e sociais disponíveis para essa população, a fim de facilitar sua transição para uma vida em liberdade e reduzir o risco de um novo envolvimento com o sistema prisional.
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