Identidade de Gênero em Jovens Autistas e Não Autistas: Um Estudo Detalhado
Um estudo recente investigou se o fenótipo da identidade de gênero difere entre crianças e adolescentes autistas e não autistas, além de examinar se as características da identidade de gênero se agregam de maneira semelhante dentro de suas famílias. A pesquisa, dividida em duas partes, lança luz sobre a compreensão da identidade de gênero em jovens com e sem autismo, desafiando algumas suposições existentes.
Na primeira parte do estudo, quatro grupos correspondentes de jovens com e sem autismo, alguns com diversidade de gênero e outros cisgêneros, foram avaliados em uma clínica especializada no Reino Unido. Os participantes completaram questionários sobre tipicidade de gênero, descontentamento, identidade futura antecipada e disforia (esta última relatada pelos pais). Os resultados revelaram diferenças significativas entre jovens cisgêneros e com diversidade de gênero em todas as medidas relacionadas ao gênero. No entanto, surpreendentemente, não foram encontradas diferenças significativas entre participantes autistas e não autistas dentro de cada grupo de gênero.
A segunda parte do estudo avaliou as recordações dos cuidadores sobre comportamentos de gênero na infância e a disforia de gênero atual nos cuidadores dos participantes de cada grupo. Os cuidadores de jovens encaminhados por questões de gênero, independentemente do status do autismo, relataram traços disfóricos atuais mais elevados do que os cuidadores de jovens cisgêneros. Contudo, não foram observadas diferenças nos comportamentos relacionados ao gênero na infância recordados. Esses achados sugerem que a experiência de identidade de gênero, uma vez estabelecida, se manifesta de forma semelhante em jovens autistas e não autistas.
Em suma, as descobertas do estudo indicam que o fenótipo de gênero de jovens autistas é comparável ao de jovens não autistas dentro do mesmo grupo de identidade de gênero. Isso desafia a noção de que a diversidade de gênero no autismo surge de mecanismos subjacentes distintos. Clinicamente, esses resultados apoiam o acesso equitativo a cuidados relacionados ao gênero para jovens com diversidade de gênero, independentemente de serem autistas ou não. Essa pesquisa enfatiza a importância de reconhecer e apoiar a identidade de gênero de todos os jovens, promovendo uma abordagem inclusiva e informada.
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