Tecnologias Assistivas: Empoderando Adultos Autistas para a Autodeterminação
A tecnologia está transformando a vida de muitas pessoas, e para adultos autistas, as tecnologias assistivas e emergentes representam muito mais do que apenas acesso. Elas oferecem a chave para a autodeterminação, permitindo que tomem decisões, regulem suas ações e desenvolvam confiança em suas capacidades. Um estudo qualitativo realizado no Chile explorou como essas tecnologias moldam a autonomia de indivíduos autistas no dia a dia.
A pesquisa, baseada em entrevistas com 106 adultos autistas, revelou cinco áreas temáticas principais. Primeiramente, a tecnologia atua como um contexto para a tomada de decisões, oferecendo opções e controle. Em segundo lugar, ela fornece estruturas digitais para o planejamento, organização e adaptação. O estudo também identificou o empoderamento através de feedback personalizado, alinhado aos objetivos individuais, e a autonomia negociada por meio da interdependência consentida. Por fim, foram encontradas barreiras e tensões éticas que podem comprometer o controle e a agência.
Os resultados destacam que a tecnologia promove a autodeterminação quando preserva a autoria das decisões, oferece opções de recusa simples, protege a atenção e respeita a privacidade e as necessidades sensoriais. Por outro lado, a agência é comprometida quando as configurações são impostas por outros, a automação é complexa ou as notificações e estímulos sensoriais são excessivos. Essas descobertas podem contribuir para a reabilitação e o design inclusivo, conectando recursos como lembretes, permissões, feedback e perfis sensoriais ajustáveis aos processos de escolha, regulação e confiança valorizados por adultos autistas. As tecnologias assistivas, portanto, são ferramentas poderosas para promover a saúde e o bem-estar dessa população, permitindo que vivam de forma mais independente e realizada.
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