Saúde Desvendada

Tumores ovarianos benignos são relativamente comuns em crianças e adolescentes. Uma pesquisa recente focou em avaliar o prognóstico desses tumores e desenvolver uma estratégia de vigilância pós-operatória eficaz para pacientes pediátricas. O estudo retrospectivo analisou dados clínicos de crianças tratadas entre 2014 e 2021, buscando otimizar o manejo e acompanhamento desses casos.

O estudo incluiu 404 pacientes com uma média de idade de 9,1 anos. Durante o período analisado, foram realizados 423 procedimentos cirúrgicos, incluindo ooferectomias (remoção do ovário) e cirurgias conservadoras (preservação do ovário). A pesquisa destacou a importância das cirurgias conservadoras, visando preservar a fertilidade futura das pacientes. A taxa de preservação ovariana foi de 94,4% nas cirurgias que buscaram essa abordagem, demonstrando o sucesso da técnica. O acompanhamento pós-operatório variou de 3 meses a 9 anos, com uma média de 1,6 anos.

A taxa de recorrência global de tumores ovarianos benignos foi de 3,9%. Um aspecto importante revelado pelo estudo é que a maioria das recorrências (84,6%) ocorreu nos primeiros três anos após a cirurgia. Além disso, a pesquisa enfatizou a importância do acompanhamento regular com exames de imagem, pois a maioria das pacientes que apresentaram recorrência e realizavam o acompanhamento de forma adequada não desenvolveram sintomas. O estudo conclui que a cirurgia conservadora para tumores ovarianos benignos apresenta um prognóstico favorável e que o acompanhamento anual com exames de imagem por pelo menos três anos após a cirurgia é fundamental para detectar possíveis recorrências precocemente.

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