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A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) afeta uma parcela significativa da população brasileira, com estimativas apontando para uma prevalência de cerca de 12%. Embora o tratamento inicial frequentemente envolva mudanças no estilo de vida e o uso de medicamentos, em alguns casos, a cirurgia, como a hiatoplastia laparoscópica e a fundoplicatura de Nissen, pode ser necessária. No entanto, um dos riscos associados a esses procedimentos cirúrgicos é o desenvolvimento de disfagia pós-operatória, ou seja, dificuldade para engolir.

Para identificar pacientes com maior risco de desenvolver disfagia após a cirurgia, a Manometria Esofágica de Alta Resolução (MEAR) tem se destacado como uma ferramenta valiosa. Essa técnica diagnóstica avançada avalia a função motora do esôfago, medindo as pressões ao longo do órgão durante a deglutição. Uma revisão sistemática recente analisou estudos que investigaram os fatores clínicos e manométricos preditivos de disfagia após a hiatoplastia e fundoplicatura de Nissen, utilizando a MEAR. A análise de 11 estudos revelou que a presença de disfagia no período pré-operatório e o sexo feminino estão associados a um maior risco de disfagia pós-operatória.

Além disso, os parâmetros manométricos também desempenham um papel importante na previsão da disfagia. Em pacientes com disfagia pré-operatória, observou-se que aqueles com um Índice de Contratilidade Distal (DCI) maior que 1000 mmHg.s.cm apresentaram uma maior taxa de resolução da disfagia após a cirurgia. Em pacientes com motilidade esofágica ineficaz, o Teste de Deglutições Múltiplas Rápidas pode ser útil para avaliar a reserva contrátil do corpo esofágico. Se houver um aumento na força contrátil com esse teste, considera-se seguro realizar uma fundoplicatura total, pois a incidência de disfagia tardia é baixa nesses casos. Em suma, a MEAR oferece informações cruciais para otimizar a seleção de pacientes para cirurgia de refluxo e minimizar o risco de disfagia pós-operatória. A avaliação cuidadosa dos fatores clínicos e manométricos permite uma abordagem mais personalizada e eficaz no tratamento da DRGE.

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