Saúde Desvendada

As entorses laterais do tornozelo (ELT) são lesões traumáticas comuns, frequentemente resultando em instabilidade crônica do tornozelo (ICT) em cerca de 40% dos casos. Essas lesões podem levar a déficits patomecânicos, sensório-perceptivos e motor-comportamentais, impactando significativamente a qualidade de vida e o desempenho atlético.

Um dos principais desafios no tratamento de ELT é o manejo inadequado do retorno ao esporte (RES), o que contribui para altas taxas de relesão e desenvolvimento de ICT. A falta de testes validados que considerem déficits centrais, como alterações na percepção sensorial e na cognição, agrava o problema. Recentemente, a atenção tem se voltado para a importância da reabilitação focada nesses aspectos, visando um retorno ao esporte mais seguro e eficaz.

Estudos têm demonstrado que indivíduos com ICT apresentam déficits em áreas como memória visual, velocidade de processamento e controle inibitório. Além disso, a forma como o cérebro processa informações sensoriais, especialmente a visão, pode ser alterada após uma ELT. Estratégias de avaliação e intervenção que abordem esses aspectos sensório-cognitivos são cruciais para otimizar o RES e minimizar o risco de novas lesões. A identificação precoce de pacientes com risco de relesão ou que podem se tornar “copers” (indivíduos que compensam a instabilidade de forma inadequada) é fundamental para direcionar o tratamento de forma mais precisa.

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