Dores na Relação? Estudo Avalia a Qualidade dos Treinos do Assoalho Pélvico para Dispareunia
A dispareunia, dor durante a relação sexual, é uma condição que afeta a qualidade de vida de muitas mulheres. Uma revisão sistemática recente analisou a qualidade das descrições dos protocolos de Treinamento Muscular do Assoalho Pélvico (PFMT) prescritos para o tratamento da dispareunia. O objetivo foi avaliar se esses protocolos seguem as recomendações de consenso, facilitando a comparação de dados e a aplicação na prática clínica.
A pesquisa, que analisou 17 estudos envolvendo mais de 900 mulheres com dispareunia, vulvodinia, dor pélvica e/ou disfunção sexual, revelou uma heterogeneidade significativa nos protocolos de PFMT. As participantes tinham entre 20 e 70 anos e a dispareunia foi avaliada através de escalas de dor e questionários como o Índice de Função Sexual Feminina. Os protocolos, em sua maioria, aplicavam exercícios supervisionados em clínicas e prescreviam exercícios não supervisionados para serem realizados em casa. O PFMT incluía contração muscular com duração variada (3-60 segundos) e intensidade (fásica e tônica), seguida de relaxamento muscular. Terapias associadas, como biofeedback, terapia manual e estimulação elétrica, também foram frequentemente utilizadas.
Um dos achados mais relevantes foi que a maioria das descrições dos protocolos de PFMT não seguia as ferramentas de consenso recomendadas. Isso dificulta a comparação dos resultados entre os estudos e a transposição para a prática clínica. A falta de padronização nos protocolos de treinamento muscular do assoalho pélvico destaca a necessidade de maior rigor e detalhamento nas descrições das intervenções, para que os profissionais de saúde possam oferecer tratamentos mais eficazes e personalizados para mulheres que sofrem de dispareunia.
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