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A disfunção placentária tem sido associada a distúrbios do neurodesenvolvimento, com maior vulnerabilidade observada em indivíduos do sexo masculino em relação a lesões cerebrais mediadas por inflamação perinatal. Um estudo recente investigou como a redução do alopregnanolona (ALLO) placentário, um neuroesteroide anti-inflamatório, contribui para lesões cerebrais com especificidade sexual. Utilizando um modelo de camundongos transgênicos, os pesquisadores observaram diferenças na mielinização cerebelar e comportamentos semelhantes ao autismo, particularmente em machos.

Os resultados revelaram que a insuficiência de ALLO placentário desencadeia respostas neuroinflamatórias distintas em ambos os sexos, além de disfunção microglial. A expressão diferencial de genes inflamatórios e padrões distintos de citocinas/quimiocinas inflamatórias foram identificados tanto na placenta quanto no cérebro. A sinalização da Prostaglandina E2 (PGE2)-EP4 foi identificada como um regulador chave. Em consistência com a hiper-mielinização cerebelar observada em machos, a fagocitose de mielina microglial masculina mostrou-se prejudicada devido a alterações na sinalização SIRPα-CD47.

Surpreendentemente, a manipulação pós-natal dessas vias críticas demonstrou a capacidade de normalizar o conteúdo de mielina cerebelar e reverter comportamentos anormais em camundongos machos. Esses achados sugerem que a disfunção microglial com especificidade sexual e a sinalização de prostaglandinas desempenham um papel importante nos prejuízos do neurodesenvolvimento com maior incidência em machos. Este estudo abre caminho para a identificação de novos alvos terapêuticos com o objetivo de melhorar o desenvolvimento cerebral após disfunção placentária, representando um avanço significativo na compreensão e tratamento de distúrbios neurológicos relacionados a complicações na gravidez.

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