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Pesquisadores identificaram um mecanismo crucial que pode explicar algumas das alterações cerebrais observadas em indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) associadas ao gene Shank3. O estudo, publicado na revista Molecular Psychiatry, revelou que a deficiência de Shank3 interfere no desenvolvimento dos oligodendrócitos, células cerebrais responsáveis pela mielinização, um processo vital para a comunicação eficiente entre os neurônios.

A pesquisa demonstrou que a falta de Shank3 leva à proliferação excessiva de células precursoras dos oligodendrócitos (OPCs), ao mesmo tempo em que impede sua maturação e a correta formação da mielina. Os cientistas descobriram que essa deficiência genética ativa em excesso a via de sinalização Erk, comprometendo a maturação dos oligodendrócitos e contribuindo para a hipomielinização, ou seja, a formação insuficiente de mielina. Surpreendentemente, a inibição farmacológica da via Erk se mostrou eficaz em restaurar a maturação dos oligodendrócitos em laboratório e reverter os déficits de mielinização em modelos animais.

Além disso, o estudo revelou que a deficiência de Shank3 causa desregulação da sinalização Wnt, especialmente o aumento da expressão de Wnt5a, um importante ligante da via não canônica de Wnt. O tratamento com Wnt5a ativou a sinalização Erk em oligodendrócitos primários e reproduziu os déficits de mielinização observados. Estes achados apontam para o eixo Wnt5a-Erk como um regulador crítico da disfunção dos oligodendrócitos no TEA relacionado ao Shank3, abrindo novas perspectivas terapêuticas para abordar os déficits associados à matéria branca e, potencialmente, melhorar alguns comportamentos e funções motoras afetadas no autismo.

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