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A ansiedade social é uma condição que pode afetar pessoas de todas as idades e, em indivíduos com autismo, manifesta-se de maneiras particulares. Um estudo recente publicado no Journal of Autism and Developmental Disorders investigou a relação entre o medo da avaliação negativa e a ansiedade social em jovens autistas, destacando a importância de abordagens de avaliação que vão além dos auto-relatos.

A pesquisa envolveu 239 jovens com autismo, com idades entre 10 e 16 anos. Os participantes responderam a questionários sobre ansiedade social e medo da avaliação negativa. Adicionalmente, foram observados em tarefas de conversação, e as suas respostas foram codificadas por observadores treinados para avaliar a ansiedade social demonstrada no momento. Os resultados revelaram uma forte correlação entre os auto-relatos de ansiedade social e o medo da avaliação negativa, confirmando que o medo de ser julgado negativamente é uma experiência comum nesses indivíduos.

No entanto, o estudo também apontou uma importante divergência: a ansiedade social manifestada durante as tarefas de conversação nem sempre correspondia aos auto-relatos. Isso sugere que a experiência da ansiedade social pode variar dependendo do contexto e do momento, e que a avaliação da ansiedade social em indivíduos com autismo deve ser feita através de uma combinação de métodos. Em outras palavras, confiar apenas em questionários auto-aplicáveis pode não fornecer um quadro completo da experiência do indivíduo. Além disso, o estudo revelou que traços autísticos mais acentuados estavam relacionados a níveis mais elevados de ansiedade social e medo da avaliação negativa, ressaltando a complexidade da relação entre autismo e ansiedade social. A avaliação multimodal, combinando auto-relatos, observação comportamental e outras técnicas, é crucial para uma compreensão mais completa e um tratamento mais eficaz da ansiedade social em pessoas com autismo. Compreender essas nuances é essencial para desenvolver intervenções eficazes que atendam às necessidades específicas dessa população, melhorando a sua qualidade de vida e bem-estar emocional.

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