Osso Triquetrum Secundário: Quando uma Variação Anatômica Simula uma Fratura no Punho
No universo complexo da anatomia humana, variações ósseas podem, por vezes, confundir diagnósticos e gerar preocupações desnecessárias. Um exemplo notável é o osso triquetrum secundário (OTS), um pequeno osso acessório no punho que pode ser facilmente confundido com uma fratura por avulsão. A identificação correta do OTS é crucial para evitar exames invasivos, tratamentos inadequados e exposição à radiação.
Um caso recente ilustra essa problemática. Um jovem de 19 anos, vítima de um acidente automobilístico, queixava-se de dores bilaterais no punho. Enquanto o exame radiográfico do punho direito não revelou anormalidades, a imagem do punho esquerdo exibiu um pequeno ossículo oval, localizado entre o triquetrum e o processo estiloide ulnar. As características desse ossículo – margens corticais lisas, proporção córtico-medular preservada e um espaço radiotransparente distinto dos ossos do carpo adjacentes – eram consistentes com um OTS. É importante ressaltar que o paciente não relatou histórico de trauma no punho, e a amplitude de movimento da articulação não apresentava restrições.
O diagnóstico preciso de OTS, neste caso, foi fundamental. A correlação entre o histórico clínico do paciente e os achados radiográficos permitiu descartar a fratura. O tratamento conservador, composto por imobilização, anti-inflamatórios não esteroides, crioterapia e fisioterapia, resultou na completa resolução dos sintomas em duas semanas. Esse caso reforça a importância de considerar o OTS no diagnóstico diferencial da dor no punho ulnar e suspeitas de fraturas por avulsão. A aplicação criteriosa de critérios de imagem bem estabelecidos é essencial para evitar erros de diagnóstico e optar por abordagens terapêuticas não invasivas, especialmente na ausência de lesões associadas ao complexo da fibrocartilagem triangular.
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