Saúde Desvendada

A quimioterapia é um tratamento padrão para linfomas, um tipo comum de câncer que afeta o sistema linfático. No entanto, os efeitos desse tratamento na capacidade física dos pacientes nem sempre são totalmente compreendidos. Um estudo recente investigou as mudanças na composição corporal, força muscular e desempenho físico em pacientes com linfoma submetidos à quimioterapia, buscando também uma possível ligação entre a função muscular e a tolerância ao tratamento.

A pesquisa, realizada em um único centro, acompanhou pacientes com idade igual ou superior a 18 anos que receberam quimioterapia de primeira linha à base de antraciclina para linfoma agressivo. Os participantes foram avaliados antes e após seis meses de tratamento. As avaliações incluíram a composição corporal (por meio de DXA), força de preensão manual, teste de sentar e levantar em 30 segundos, velocidade de marcha em 10 metros e qualidade de vida (questionário EORTC-QLQ-C30). A baixa força muscular, massa magra e velocidade de marcha foram definidas de acordo com os critérios do Grupo de Trabalho Europeu sobre Sarcopenia em Idosos (EWGSOP2).

Os resultados mostraram que, após seis meses de quimioterapia, houve uma diminuição significativa na massa magra total e na força muscular dos pacientes. Especificamente, a massa magra total diminuiu em média 1,70 kg, enquanto a força de preensão manual diminuiu 1,93 kg. Paralelamente, a porcentagem de gordura corporal aumentou em 2,3%. Curiosamente, o desempenho no teste de sentar e levantar melhorou ligeiramente, com um aumento de 1,4 repetições. Não foram observadas mudanças significativas na massa magra apendicular, peso corporal ou velocidade de marcha. Além disso, o estudo não encontrou uma associação clara entre as mudanças na função muscular e a tolerância ao tratamento. Esses achados ressaltam a importância do acompanhamento da função muscular e da reabilitação durante e após a quimioterapia para pacientes com linfoma, visando mitigar a perda de massa muscular e força.

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