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Bebês que nascem muito prematuros, especialmente aqueles com menos de 32 semanas de gestação, apresentam um risco aumentado de desenvolver traços autísticos e dificuldades no processamento do movimento biológico. O movimento biológico refere-se à capacidade de interpretar e compreender os movimentos de outros seres vivos, uma habilidade crucial para a interação social. Um estudo recente investigou a ligação entre traços autísticos e a interpretação do movimento biológico em crianças de 12 anos, nascidas tanto prematuras quanto a termo.

A pesquisa envolveu a apresentação de estímulos visuais simples, conhecidos como point-light-walkers (pessoas representadas por pontos de luz em movimento), para três grupos de crianças: aquelas nascidas extremamente prematuras (EPT), muito prematuras (VPT) e a termo. A precisão na interpretação desses movimentos foi avaliada e comparada entre os grupos, levando em consideração características neonatais e níveis de inteligência. Os resultados indicaram que crianças nascidas EPT apresentaram menor precisão na interpretação do movimento biológico em comparação com os outros grupos. Além disso, crianças nascidas VPT demonstraram menor precisão na interpretação em condições de maior ruído visual.

Um achado significativo foi a forte relação entre a precisão na interpretação do movimento biológico e a presença de traços autísticos, principalmente nos grupos EPT e VPT. Crianças prematuras com menor precisão na interpretação do movimento biológico também exibiram mais traços autísticos. Esses resultados destacam a importância da percepção do movimento biológico para a reciprocidade social em crianças nascidas prematuras e sugerem que dificuldades nessa área podem contribuir para o desenvolvimento de características associadas ao autismo. O estudo demonstra que mesmo uma avaliação condensada é capaz de identificar déficits relacionados à prematuridade na interpretação do movimento biológico, um importante passo para intervenções precoces.

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