Eletroacupuntura: Uma Nova Esperança no Tratamento do Alzheimer?
A doença de Alzheimer, uma condição neurodegenerativa progressiva, caracteriza-se pela deterioração cognitiva contínua, impulsionada principalmente pelo acúmulo de placas de beta-amiloide (Aβ) e emaranhados neurofibrilares (NFTs) induzidos pela proteína tau. Pesquisas recentes têm apontado a histona desacetilase 3 (HDAC3) como um supressor crítico da plasticidade sináptica, abrindo novas avenidas para intervenções terapêuticas.
Um estudo inovador investigou os efeitos da eletroacupuntura (EA) na patologia relacionada ao Alzheimer, utilizando modelos de camundongos transgênicos APP/PS1. O foco central foi a interação entre a HDAC3 e os receptores AMPA, elementos cruciais na plasticidade sináptica. Os resultados revelaram que a EA não apenas melhorou a capacidade de aprendizado espacial dos camundongos, avaliada através do teste do labirinto aquático de Morris, mas também restaurou a potenciação de longo prazo (LTP), um processo essencial para a memória e aprendizado. Este estudo sugere que a eletroacupuntura pode influenciar positivamente a função cerebral em modelos de Alzheimer.
Mecanicamente, a EA demonstrou reduzir a expressão de HDAC3 no hipocampo, uma região cerebral vital para a memória, ao mesmo tempo em que aumentava as subunidades GluR1/GluR2 dos receptores AMPA e elevava os níveis de acetilação de H3K9K14/H3. Esses achados indicam que a EA pode estar regulando a expressão gênica dos receptores AMPA através da modulação da HDAC3. Além disso, a inativação condicional da HDAC3 em neurônios reverteu tanto as deficiências de LTP quanto os déficits de memória, reforçando o papel fundamental dessa enzima na disfunção sináptica associada ao Alzheimer. Em conjunto, estes resultados apontam para a eletroacupuntura como uma possível ferramenta terapêutica, atuando através da supressão da HDAC3 e do aprimoramento da plasticidade dependente dos receptores AMPA, oferecendo uma nova perspectiva no combate a essa doença debilitante.
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