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A ventriculite piogênica aguda (VPA) associada à drenagem do líquor (LCR) é uma complicação grave que exige intervenção rápida e eficaz. Um estudo recente publicado no Neurosurgical Focus investigou uma técnica inovadora para tratar essa condição: a lavagem ventricular bilateral occipital. O objetivo foi comparar sua eficácia com a abordagem tradicional, que envolve a lavagem unilateral pelo corno frontal.

O estudo retrospectivo comparativo analisou 85 pacientes diagnosticados com VPA decorrente da drenagem do LCR, todos submetidos à lavagem intraventricular. Os pacientes foram divididos em dois grupos: um grupo submetido à lavagem bilateral occipital (bi-occipital) e outro à lavagem unilateral frontal (uni-frontal). Os resultados revelaram que o grupo bi-occipital apresentou um tempo de drenagem ventricular externa (DVE) significativamente menor, necessitou de menos revisões da DVE e utilizou menos dias de antibióticos intraventriculares. A análise de Kaplan-Meier demonstrou que a lavagem bi-occipital acelerou a esterilização do LCR, a normalização dos glóbulos brancos e a eliminação do pus intraventricular.

Além disso, o grupo bi-occipital apresentou uma incidência notavelmente menor de hidrocefalia complexa e uma tendência a menor mortalidade, embora essa diferença não tenha sido estatisticamente significativa. Um aspecto crucial foi a melhora significativa no escore da Escala de Rankin modificada (mRS) entre o dia 30 e o dia 90 no grupo bi-occipital, indicando uma recuperação neurológica superior. A técnica de lavagem bilateral occipital se mostrou uma alternativa eficaz, especialmente em ambientes com recursos limitados, oferecendo um controle de infecção mais rápido e melhor recuperação neurológica para pacientes com ventriculite piogênica aguda. A possibilidade de reduzir o tempo de internação e a necessidade de intervenções adicionais representa um avanço importante no tratamento dessa condição desafiadora.

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