Substâncias Psicoativas e a Segurança no Trânsito: Um Estudo Detalhado
A segurança no trânsito é uma preocupação constante, e diversos fatores podem influenciar a capacidade de um motorista de operar um veículo com segurança. Entre esses fatores, o uso de substâncias psicoativas, como derivados da 2-feniletilamina (PEA) e opioides, tem sido objeto de estudo. Dirigir exige uma coordenação psicomotora complexa, envolvendo tempo de reação, atenção e tomada de decisões rápidas. Substâncias que afetam o sistema nervoso central podem comprometer essas habilidades, aumentando o risco de acidentes.
Uma revisão sistemática recente investigou os efeitos de derivados da PEA e opioides no desempenho psicomotor de motoristas, avaliando seu impacto potencial na segurança rodoviária. A metodologia da revisão seguiu os padrões PRISMA 2020, utilizando o método PICO para realizar uma busca abrangente em bases de dados como Embase, PubMed e Web of Science, no período de 2000 a 2025. Foram analisados estudos que quantificaram os efeitos dessas substâncias na função psicomotora relacionada à direção, incluindo ensaios clínicos randomizados, estudos cruzados, estudos observacionais e estudos baseados em simuladores.
Os resultados da revisão apontaram para efeitos diversos e complexos. Em pacientes com TDAH, doses terapêuticas de anfetamina e metilfenidato podem, surpreendentemente, melhorar a função psicomotora e a segurança ao dirigir. No entanto, o uso recreativo ou em altas doses de metanfetamina e MDMA foi associado à coordenação prejudicada, velocidade variável e aumento da impulsividade. Os efeitos dos opioides, por sua vez, mostraram ser dependentes da tolerância e da dose. Pequenas doses terapêuticas de fentanil em pacientes cronicamente tratados não prejudicaram significativamente a capacidade de dirigir. Por outro lado, metadona e tramadol frequentemente causaram sonolência, retardo da reação e aumento do risco de acidentes. A pesquisa conclui que o impacto dessas substâncias é multifatorial, e reforça a necessidade de tratamentos farmacológicos individualizados e de estudos adicionais para formular diretrizes clínicas e legislativas baseadas em evidências.
Origem: Link