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A insuficiência cardíaca descompensada aguda (ICDA) é uma condição grave que frequentemente requer internação em unidades de terapia intensiva (UTI). Pacientes com ICDA frequentemente sofrem de dispneia (falta de ar), o que dificulta a adesão a programas de reabilitação. Um estudo recente investigou a viabilidade e a segurança de um protocolo de mobilização precoce combinado com realidade virtual (RV) para aliviar a dispneia nesses pacientes.

O estudo, chamado MOVE, foi um ensaio clínico randomizado realizado em um hospital de ensino no Brasil. Cinquenta e oito pacientes com ICDA admitidos na UTI foram divididos em dois grupos: um grupo de intervenção (IG) que recebeu mobilização precoce e RV, e um grupo controle (CG) que recebeu apenas mobilização precoce. A mobilização precoce consistiu em sessões supervisionadas por fisioterapeutas, incluindo cicloergometria de membros superiores e inferiores, posição em pé e deambulação. O IG também utilizou headsets de RV para visualizar vídeos em 360°.

Os resultados mostraram que a mobilização precoce, com ou sem RV, foi viável e segura para pacientes com ICDA na UTI. No entanto, a RV não reduziu significativamente a dispneia em comparação com a mobilização precoce isolada. Um desafio importante foi a baixa adesão ao protocolo, com apenas 43% dos participantes completando todas as três sessões. As razões para a não conclusão incluíram recusa, instabilidade clínica, alta da unidade ou procedimentos agendados. Apesar disso, o estudo demonstra que a mobilização precoce pode ser implementada com segurança nesta população e que estudos futuros devem explorar estratégias para melhorar a adesão e avaliar os potenciais benefícios da RV em amostras maiores. A pesquisa abre caminhos para novas abordagens de reabilitação em pacientes com insuficiência cardíaca, focando na importância da mobilização precoce e no potencial da realidade virtual como ferramenta complementar.

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