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Pesquisas recentes têm demonstrado a importância das alterações nos neurônios do hipocampo para entender os déficits de memória social associados aos Transtornos do Espectro Autista (TEA). Embora a teoria do desequilíbrio excitatório-inibitório na patogênese do autismo seja amplamente aceita, as mudanças que ocorrem no hipocampo durante o desenvolvimento inicial ainda precisam ser melhor compreendidas. Acredita-se que modificações nos neurônios GABAérgicos, que utilizam o ácido gama-aminobutírico (GABA) como neurotransmissor, e em seus marcadores, estejam relacionadas a alterações sinápticas nos circuitos inibitórios.

Um estudo recente investigou a população de neurônios glutamatérgicos e GABAérgicos no hipocampo, caracterizou as correntes pós-sinápticas inibitórias (IPSCs) em neurônios primários do hipocampo e avaliou a expressão gênica de marcadores GABAérgicos em modelos animais de autismo. Foram utilizados camundongos com deficiência de Shank3 e ratos expostos ao valproato (VPA) durante o período pré-natal. Os resultados revelaram uma proporção reduzida de neurônios GABAérgicos no hipocampo de ambos os modelos. Além disso, um aumento no número de neurônios glutamatérgicos foi observado apenas no hipocampo dos ratos expostos ao VPA durante a gestação.

Essa alteração foi acompanhada por uma diminuição na frequência das IPSCs em neurônios do hipocampo de ratos expostos ao VPA no período pré-natal, enquanto nenhuma alteração significativa foi encontrada nos camundongos com deficiência de Shank3. Em ambos os modelos, foi demonstrada uma dinâmica temporal alterada da transmissão sináptica inibitória, evidenciada por uma menor probabilidade cumulativa de intervalos entre eventos para correntes inibitórias. Adicionalmente, níveis reduzidos de expressão gênica de Gabarap e Gabarapl1 foram detectados em camundongos com deficiência de Shank3, enquanto a expressão de Gat1 estava diminuída em ratos expostos ao VPA no período pré-natal, no quinto dia pós-natal. Esses achados reforçam a hipótese do desequilíbrio excitatório-inibitório no TEA. Portanto, alterações GABAérgicas induzidas geneticamente ou pelo ambiente no hipocampo podem ser a base das alterações da memória social dependentes do hipocampo no TEA.

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