Idade Paterna Avançada e Seus Impactos no Desenvolvimento Neurológico do Bebê
A idade paterna avançada, definida geralmente acima dos 40 ou 45 anos, tem sido objeto de crescente interesse na pesquisa em saúde. Estudos recentes têm investigado a possível correlação entre essa condição e o aumento do risco de distúrbios do neurodesenvolvimento em crianças, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Embora a ligação exata ainda esteja sendo explorada, novas pesquisas apontam para alterações na metilação do DNA como um fator potencial.
Um estudo publicado na revista Andrology em 2025, analisou amostras de placenta de 64 participantes e identificou que a idade paterna avançada pode estar associada a alterações na metilação do DNA em determinados locais do genoma placentário. A metilação do DNA é um processo essencial que regula a expressão dos genes, e mudanças nesse processo podem ter efeitos no desenvolvimento. Os pesquisadores observaram que essas alterações na placenta, em particular, afetavam genes envolvidos no neurodesenvolvimento, sugerindo um possível mecanismo pelo qual a idade paterna avançada pode influenciar o desenvolvimento neurológico do bebê.
Embora o estudo não tenha encontrado alterações estatisticamente significativas após a correção para comparações múltiplas, a análise de genes com valores p nominais significativos indicou que até 688 genes poderiam ser afetados, com uma predominância de hipometilação (65%). Surpreendentemente, cerca de 7% desses genes com alterações na metilação do DNA na placenta também mostraram alterações semelhantes no esperma de homens mais velhos. Sete genes comuns à placenta e ao esperma foram previamente identificados em associação com a suscetibilidade ao TEA. Em resumo, a pesquisa destaca a importância de compreender melhor como a idade paterna avançada pode influenciar o desenvolvimento infantil e a possibilidade de usar o metiloma do DNA da placenta como um marcador para avaliar o impacto potencial dessa condição na saúde do bebê.
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