Déficits no Controle Inibitório e Transtorno de Personalidade Borderline: Uma Análise Detalhada
O transtorno de personalidade borderline (TPB) é frequentemente associado à impulsividade, um traço complexo que pode levar a dificuldades significativas na vida diária e aumentar o risco de suicídio. Uma das facetas da impulsividade é o controle inibitório, a capacidade de suprimir respostas automáticas ou impulsos. Pesquisadores têm investigado como o controle inibitório se manifesta em indivíduos com TPB, mas os resultados têm sido inconsistentes.
Uma meta-análise recente, combinando dados de 37 estudos, buscou esclarecer a relação entre TPB e controle inibitório. Os pesquisadores analisaram dados de tarefas como o Stop-Signal Task e o Go/No-Go Task, que medem a capacidade de uma pessoa de inibir uma ação quando solicitado. Os resultados indicaram que pacientes com TPB exibem déficits significativamente maiores no controle inibitório motor em comparação com grupos de controle saudáveis, embora o efeito seja de pequeno a moderado. É importante notar que, contrariamente ao que se poderia esperar, fatores emocionais não pareceram influenciar diretamente o controle inibitório em indivíduos com TPB.
Um achado interessante da meta-análise foi a falta de correlação entre as medidas de impulsividade auto-relatadas e o desempenho nas tarefas de controle inibitório. Isso sugere que as medidas subjetivas e objetivas de impulsividade podem estar avaliando diferentes aspectos desse traço complexo. Os autores do estudo enfatizam a necessidade de maior padronização nas medidas de impulsividade baseadas em tarefas, pois a heterogeneidade metodológica e a qualidade dos estudos atuais limitam a replicabilidade dos resultados. Investigações futuras com metodologias mais uniformes são cruciais para entender melhor a relação entre o TPB e o controle inibitório, o que pode levar a abordagens de tratamento mais eficazes.
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