Disfunção Cardíaca Após Correção Cirúrgica de Hipercifose Torácica e Pectus Excavatum: Um Caso Clínico
A hipercifose torácica, um aumento acentuado na curvatura da coluna vertebral na região do tórax, pode surgir de diversas causas, desde condições idiopáticas até a doença de Scheuermann ou distúrbios neuromusculares e metabólicos. O tratamento varia conforme a idade do paciente, a gravidade da deformidade e as condições subjacentes. Em casos mais leves, fisioterapia e uso de coletes de reclinação podem ser suficientes. No entanto, quando a cifose excede 60-70°, a correção cirúrgica pode ser necessária.
Uma associação conhecida existe entre a hipercifose e o pectus excavatum, uma deformidade na qual o esterno se encontra afundado, podendo causar sintomas cardíacos. Contudo, o impacto da correção cirúrgica da cifose nos sintomas cardíacos em pacientes com pectus excavatum concomitante nem sempre é claro. Um estudo de caso recente investigou essa relação complexa.
O estudo apresentou o caso de um jovem paciente com hipercifose torácica progressiva e pectus excavatum. Apesar do tratamento conservador, a deformidade continuou a progredir. Após a correção cirúrgica da cifose, o paciente desenvolveu taquicardia e tonturas, além de ter sido detectado um derrame pericárdico e um bloqueio de ramo direito recém-diagnosticado. A avaliação radiológica revelou uma redução no espaço retroesternal. A correção cirúrgica subsequente do pectus excavatum levou à resolução dos sintomas e ao aumento do espaço retroesternal. Este caso demonstra a importância de avaliar a presença de pectus excavatum em pacientes com hipercifose torácica antes da cirurgia, considerando a correção da deformidade esternal como prioridade para evitar complicações cardíacas.
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