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A busca por tratamentos mais eficazes e menos agressivos contra o câncer tem levado a avanços significativos na área da terapia de precisão. Uma dessas abordagens promissoras envolve o uso de bactérias oncolíticas, microrganismos geneticamente modificados para atacar e destruir células tumorais de forma seletiva. Essa estratégia inovadora combina a capacidade natural das bactérias de se proliferarem em ambientes tumorais com a engenharia genética para potencializar sua ação terapêutica.

As bactérias oncolíticas são projetadas para responder a sinais específicos presentes no microambiente tumoral, como hipóxia (baixa concentração de oxigênio), pH ácido ou a presença de lactato. Ao detectar esses sinais, as bactérias ativam circuitos genéticos programados para liberar substâncias terapêuticas diretamente no tumor. Essas substâncias podem incluir enzimas que convertem pró-fármacos em drogas ativas, citocinas que estimulam a resposta imune contra o câncer, ou fragmentos de anticorpos que bloqueiam o crescimento tumoral. Essa liberação controlada e direcionada minimiza os efeitos colaterais em tecidos saudáveis, aumentando a eficácia do tratamento.

Além de sua ação direta sobre as células tumorais, as bactérias oncolíticas também podem potencializar a resposta imune contra o câncer. Ao invadirem e lisarem as células tumorais, elas liberam antígenos tumorais que alertam o sistema imune, induzindo uma resposta mais robusta e duradoura. Essa capacidade de modular o sistema imune torna as bactérias oncolíticas uma ferramenta versátil para combinar com outras terapias, como o bloqueio de checkpoints imunes e as terapias celulares adotivas (CAR-T/NK). Essa combinação estratégica pode levar a resultados sinérgicos, potencializando a erradicação do tumor e prevenindo a recorrência da doença. O desenvolvimento de biossensores que transformam as bactérias em “fábricas microbiais” programáveis, capazes de monitorar o tumor em tempo real e ajustar a terapia, representa um avanço significativo nesse campo. Questões como segurança, produção em larga escala, dosagem adequada e seleção de pacientes são cruciais para a aplicação bem-sucedida dessa terapia inovadora.

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