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Um novo estudo investigou como adultos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) processam mudanças auditivas, revelando diferenças importantes na forma como o cérebro responde a sons, dependendo do nível de atenção exigido. A pesquisa, publicada no Journal of Autism and Developmental Disorders, sugere que, embora o processamento pré-atentivo do som possa ser semelhante em indivíduos com e sem TEA, o processamento que exige atenção sustentada e atualização contextual apresenta alterações significativas.

O estudo utilizou um paradigma local-global com sons complexos não verbais para examinar o processamento auditivo em 20 adultos com TEA e 21 adultos sem TEA. Os pesquisadores analisaram a atividade cerebral em duas etapas distintas: a fase pré-atentiva, que envolve o processamento automático de estímulos sonoros, e a fase dependente da atenção, que requer um esforço cognitivo maior. Eles mediram as respostas cerebrais através de potenciais relacionados a eventos (ERPs) e representações tempo-frequência (TFRs) para avaliar as oscilações nas bandas theta e delta, que estão ligadas à memória e aos processos de atenção.

Os resultados mostraram que, na fase pré-atentiva, os indivíduos com TEA apresentaram amplitudes MMN e oscilações theta frontocentral comparáveis aos participantes sem TEA, o que indica que os mecanismos básicos de detecção de mudanças sonoras estão preservados. No entanto, na fase dependente da atenção, os participantes com TEA exibiram uma amplitude P3b reduzida e uma diminuição na atividade delta, o que sugere que o processamento que requer atenção sustentada e atualização do contexto auditivo é diferente em indivíduos com TEA. Essas alterações podem servir como marcadores neurofisiológicos de atipicidades relacionadas à atenção no TEA, com possíveis aplicações em práticas educacionais e avaliações cognitivas em contextos que exigem atenção.

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