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Um estudo recente realizado em hospitais terciários de Nairobi, no Quênia, revelou um desafio significativo no diagnóstico precoce do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Apesar do reconhecimento inicial dos sintomas por parte dos cuidadores, o diagnóstico frequentemente ocorre de forma tardia, impactando as oportunidades de intervenção e suporte adequados para crianças e adolescentes.

A pesquisa, que envolveu 70 cuidadores de crianças e adolescentes com TEA entre 2 e 18 anos, identificou que o tempo médio entre o reconhecimento dos sintomas e o diagnóstico era de aproximadamente 35 meses. Curiosamente, a maioria dos cuidadores buscou auxílio através de vias tradicionais de saúde, o que sugere que o problema não reside na falta de acesso inicial aos serviços, mas sim em outros fatores que contribuem para a demora no diagnóstico. O estudo também apontou que, em média, quatro contatos com profissionais de saúde foram necessários antes que o diagnóstico fosse efetivamente realizado, sendo os professores de educação especial frequentemente os primeiros a encaminhar os pacientes.

Além disso, o estudo identificou fatores clínicos associados ao atraso no diagnóstico, como a presença de ecolalia (repetição de palavras ou frases), atraso no desenvolvimento da marcha, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e deficiência intelectual. Por outro lado, dificuldades em reconhecer, interpretar e responder a sinais emocionais, juntamente com a seletividade em relação às roupas, foram associadas a um diagnóstico mais precoce. Estes achados destacam a complexidade do TEA e a necessidade de uma abordagem multidisciplinar e atenta para garantir um diagnóstico oportuno e intervenções eficazes, o que pode melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas com autismo e suas famílias. Mais pesquisas são necessárias em grupos maiores e mais diversos para entender melhor esses fatores e otimizar os processos de diagnóstico.

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