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A obesidade grave com início precoce é uma condição rara e, frequentemente, resistente aos tratamentos convencionais. Suas causas podem variar desde síndromes genéticas, como Prader-Willi, Bardet-Biedl e Alström, até defeitos monogênicos nas vias de regulação do apetite, com destaque para a deficiência do receptor de melanocortina-4 (MC4R), além de problemas relacionados aos receptores de leptina (LEPR), pro-opiomelanocortina (POMC) e lesões hipotalâmicas secundárias, como craniofaringiomas. No entanto, a maioria dos casos de obesidade infantil tem origem poligênica, resultante da interação entre fatores ambientais e genéticos. Em muitos pacientes, a causa exata permanece desconhecida, tornando o tratamento um desafio, especialmente quando a hiperfagia e a saciedade reduzida são os principais sintomas.

Um estudo recente investigou o uso da tirzepatida em um adolescente de 19 anos com histórico de transtorno do espectro autista, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e obesidade mórbida. O paciente apresentou uma resposta clinicamente significativa à terapia com tirzepatida, após o insucesso de intervenções convencionais. A tirzepatida é um medicamento que atua como agonista duplo dos receptores de GLP-1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon) e GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose), hormônios que desempenham um papel importante na regulação da glicemia e do apetite.

Este caso destaca o potencial da terapia com tirzepatida no tratamento de adolescentes com obesidade grave de início precoce e hiperfagia, mesmo na ausência de patologias hipotalâmicas ou genéticas identificáveis. A pesquisa sugere que a tirzepatida pode ser uma ferramenta valiosa para melhorar o controle do peso e da glicemia em pacientes com condições complexas, abrindo novas perspectivas para o tratamento da obesidade e suas comorbidades em jovens. É importante ressaltar que mais estudos são necessários para confirmar a eficácia e segurança da tirzepatida em longo prazo, bem como para identificar os pacientes que podem se beneficiar mais dessa terapia.

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