Saúde Desvendada

Pesquisadores exploram novas abordagens terapêuticas para o Transtorno do Espectro Autista (TEA), investigando a conexão entre o intestino e o cérebro. Um estudo recente publicado na Frontiers in Immunology em 2025, demonstra o potencial de células-tronco neurais derivadas de células-tronco pluripotentes induzidas humanas (3KO-NSCs) para mitigar os sintomas do autismo em um modelo de camundongo.

O estudo utilizou um modelo de autismo induzido por ácido valproico (VPA) em camundongos C57BL/6. Os animais receberam administração sistêmica de 3KO-NSCs, e os resultados revelaram melhorias significativas nos comportamentos associados ao autismo, como interação social e comportamentos repetitivos. Além disso, a análise revelou uma redução da neuroinflamação no hipocampo, uma região do cérebro importante para o aprendizado e a memória, com níveis reduzidos de citocinas inflamatórias como IL-6 e TNF-α.

Um achado particularmente interessante foi a modulação da microbiota intestinal. O tratamento com 3KO-NSCs restaurou a diversidade da microbiota, aumentando o índice de Shannon, um indicador de riqueza e uniformidade da comunidade microbiana. Observou-se um aumento nas bactérias do gênero Bacteroides e uma redução nas Proteobacteria, um grupo de bactérias frequentemente associado à inflamação. Esses resultados sugerem que as 3KO-NSCs exercem um efeito terapêutico duplo, atuando tanto na neuroinflamação central quanto no reequilíbrio da microbiota intestinal, oferecendo uma nova estratégia bifuncional para o tratamento do TEA através da modulação do eixo intestino-cérebro.

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