Saúde Desvendada

Adultos autistas frequentemente relatam altos níveis de ansiedade social, o que impacta significativamente seu bem-estar e funcionamento diário. Embora a terapia cognitivo-comportamental (TCC) em grupo tenha sido adaptada para essa população, ainda há pouca pesquisa sobre como os indivíduos autistas vivenciam essas intervenções. Um estudo qualitativo recente investigou as experiências de adultos autistas em um programa de TCC em grupo modificado para ansiedade social, buscando entender melhor seus desafios e benefícios.

O estudo envolveu 27 participantes autistas que passaram por um programa de terapia adaptado. Após a intervenção, os participantes foram entrevistados para compartilhar suas experiências. Os resultados revelaram tanto benefícios terapêuticos quanto desafios. Entre os temas abordados, destacaram-se reflexões sobre a dinâmica do grupo, impactos na saúde mental, funcionamento social e a aplicação de estratégias no dia a dia. A conexão com outros participantes emergiu como um facilitador crucial para o engajamento, enquanto as estratégias estruturadas foram creditadas por aumentar a confiança social e a autoconsciência.

Apesar dos resultados positivos, o estudo também apontou desafios. Sensibilidades sensoriais, experiências terapêuticas anteriores e dificuldades em aplicar as estratégias fora do contexto da terapia foram alguns dos obstáculos relatados. Esses achados ressaltam a importância de adaptar as intervenções de TCC para atender às necessidades específicas de adultos autistas com ansiedade social, considerando suas particularidades sensoriais e experiências passadas. A pesquisa demonstra que a terapia em grupo pode ser uma ferramenta valiosa para apoiar essa população, desde que seja projetada com suas necessidades e preferências em mente, focando em construir confiança, autocompreensão e conexões significativas com outros indivíduos que compartilham experiências semelhantes.

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