Empatia Autista: Uma Nova Perspectiva Fenomenológica
Um novo estudo explora a empatia em indivíduos autistas, desafiando modelos tradicionais que frequentemente focam em déficits. A pesquisa, baseada na teoria da dupla empatia e na fenomenologia de Husserl, sugere que as dificuldades sociais observadas não são unidirecionais, mas sim resultado de uma interação complexa e recíproca entre indivíduos autistas e não autistas (alistas).
A teoria da dupla empatia postula que as quebras de comunicação e compreensão entre autistas e alistas são bidirecionais. Ou seja, ambos os grupos podem ter dificuldade em entender as perspectivas e intenções uns dos outros. A análise fenomenológica aprofunda essa ideia, argumentando que a empatia é inerentemente recíproca e co-constituída, o que significa que ela surge da interação e da experiência compartilhada. Ao invés de considerar apenas as dificuldades de pessoas autistas em entenderem pessoas não autistas, a teoria propõe que o inverso também ocorre, igualmente afetando a qualidade da interação social.
A pesquisa desafia a visão tradicional que enxerga o autismo como um déficit na capacidade de empatia. Ao destacar a reciprocidade e a co-constituição da empatia, o estudo abre caminho para uma compreensão mais rica e matizada da experiência autista. Essa nova perspectiva pode levar a abordagens mais eficazes no apoio a indivíduos autistas, promovendo interações sociais mais significativas e inclusivas, baseadas no reconhecimento e valorização das diferentes formas de experiência e comunicação. A importância de entender e validar as experiências autistas pode auxiliar na construção de pontes e diminuir as barreiras existentes, tanto na comunicação como na aceitação das neurodivergências.
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