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Pesquisas recentes têm explorado a complexa relação entre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e os sistemas de neurotransmissores no cérebro, particularmente os sistemas de dopamina e opioides. Um estudo publicado no European Journal of Nuclear Medicine and Molecular Imaging investigou a disponibilidade de receptores de dopamina tipo 2 (D2R) e receptores mu-opioides (MOR) em indivíduos com TEA, buscando entender melhor como essas alterações podem influenciar o transtorno.

O estudo utilizou tomografia por emissão de pósitrons (PET) para analisar a atividade desses receptores em um grupo de homens adultos com TEA de alto funcionamento e um grupo de controle. Os resultados revelaram que, embora não houvesse diferenças significativas na análise geral do cérebro para os receptores de dopamina, uma análise mais detalhada mostrou uma disponibilidade reduzida de D2R no estriato, especificamente no nucleus accumbens e no globus pallidus, em indivíduos com TEA. Em relação aos receptores opioides, observou-se uma regulação ascendente na região cuneal/precuneal, mas uma regulação descendente no hipocampo do grupo com TEA.

Essas alterações na disponibilidade de receptores de dopamina e opioides podem estar relacionadas a dificuldades na modulação da motivação social e recompensa, características comuns em indivíduos com TEA. A dopamina desempenha um papel crucial nos sistemas de recompensa do cérebro, enquanto os opioides estão envolvidos na regulação do prazer e da ligação social. A pesquisa também identificou correlações regionais mais fracas entre a disponibilidade de D2R e MOR na amígdala e no nucleus accumbens do grupo com TEA, sugerindo uma possível disfunção na interação entre esses dois sistemas de neurotransmissores. Estes achados contribuem para uma melhor compreensão das bases neurobiológicas do autismo e podem abrir caminho para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas focadas na modulação desses sistemas.

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