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Um estudo recente investigou a relação entre a memória autobiográfica, especificamente as memórias formadas em ambientes abertos, e as funções sociais em indivíduos com traços autísticos. A pesquisa partiu da observação de que pessoas sem autismo utilizam memórias de eventos passados para facilitar a conversação e a interação social. No entanto, indivíduos com autismo ou com altos traços autísticos, mesmo sem diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), tendem a empregar essas funções sociais com menor frequência.

O objetivo principal foi determinar se essa menor utilização da função social da memória autobiográfica estaria ligada a uma capacidade reduzida de formar memórias vívidas em ambientes externos, em contraposição a ambientes controlados, como laboratórios. Para isso, estudantes universitários sem diagnóstico de TEA foram divididos em grupos com alta e baixa incidência de traços autísticos e submetidos a testes de memorização em ambientes abertos e fechados. Avaliou-se, também, a correlação entre o desempenho nesses testes e a capacidade de utilizar as memórias autobiográficas para fins sociais.

Os resultados indicaram que o desempenho na memorização em ambientes abertos foi superior ao obtido em laboratório, independentemente da presença de traços autísticos. Contudo, não foi encontrada uma correlação significativa entre o desempenho na memorização ao ar livre e a utilização social das memórias autobiográficas. Esses achados ressaltam a importância da experiência real e sensorial na formação de memórias, mesmo em um mundo cada vez mais digitalizado. Embora a pesquisa não tenha estabelecido uma ligação direta entre a memória ao ar livre e a socialização em indivíduos com traços autísticos, ela reforça a relevância do estímulo sensorial e da interação com o ambiente para o desenvolvimento da memória e, potencialmente, para outras áreas do desenvolvimento social e emocional. Estudos futuros podem explorar mais a fundo essa relação, investigando outros fatores que podem influenciar a capacidade de utilizar as memórias autobiográficas para fins sociais em diferentes contextos e populações.

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