Metais e Desenvolvimento Infantil: Estudo Alerta para Exposição Precoce
Um estudo recente realizado em Sevilha, na Espanha, revelou a presença de múltiplos metais e metaloides no cabelo de crianças pequenas e sua potencial relação com o desenvolvimento infantil. A pesquisa, que acompanhou 254 crianças entre 6 e 24 meses de idade, investigou a exposição a substâncias neurotóxicas como alumínio (Al), cromo (Cr), manganês (Mn), níquel (Ni), cobre (Cu), zinco (Zn), arsênio (As), selênio (Se), cádmio (Cd) e chumbo (Pb).
Os resultados indicaram que cada amostra de cabelo continha entre 2 e 10 desses elementos. Através de análises de regressão, os pesquisadores observaram que a combinação da exposição a esses metais, juntamente com fatores como idade, nível de metais detectados, educação materna e medidas de desenvolvimento, estava significativamente associada ao desenvolvimento geral das crianças, bem como às áreas pessoal-social, cognitiva e de linguagem. Em particular, chumbo, alumínio, manganês e arsênio apresentaram as correlações mais negativas com os parâmetros avaliados.
A interação entre os diferentes metais e metaloides ressalta a preocupação com seus impactos diferenciados na primeira infância, dependendo do sexo e da área do desenvolvimento afetada. Os autores do estudo enfatizam que esses achados são alarmantes devido às suas potenciais implicações como preditores de déficits de desenvolvimento, habilidades psicomotoras e futuro desempenho escolar. A pesquisa destaca a necessidade de vigilância ambiental e biomonitoramento infantil em ambientes urbanos não industriais, como Sevilha, para redefinir estratégias territoriais que visem reduzir a exposição a poluentes ambientais cotidianos, além de identificar determinantes sociais que modulam a neurotoxicidade e os distúrbios do neurodesenvolvimento.
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