Estimulação Nervosa Tibial Posterior Bilateral: Uma Nova Esperança para o Tratamento da Dificuldade de Evacuação
A síndrome da defecação obstruída (SDO) é uma condição que afeta significativamente a qualidade de vida de muitas pessoas. Caracterizada pela dificuldade em evacuar, mesmo com esforço, a SDO pode ser causada por diversos fatores. Um estudo recente investigou uma abordagem inovadora para o tratamento dessa condição: a estimulação nervosa tibial posterior bilateral transcutânea (BT-PTNS).
A BT-PTNS é uma técnica não invasiva que utiliza impulsos elétricos suaves para estimular o nervo tibial posterior, localizado na perna, próximo ao tornozelo. Acredita-se que essa estimulação module a atividade dos nervos que controlam a função intestinal e os músculos do assoalho pélvico. No estudo, pacientes com SDO, sem anormalidades anatômicas, foram divididos em dois grupos: um recebeu a BT-PTNS juntamente com o tratamento médico padrão, enquanto o outro recebeu apenas o tratamento médico. Os resultados mostraram que o grupo que recebeu a estimulação nervosa obteve uma melhora significativamente maior nos sintomas da SDO, incluindo a facilidade de evacuação e a qualidade de vida.
Os pesquisadores observaram uma redução considerável na pontuação da escala MODS (Modified Obstructed Defecation Syndrome) no grupo BT-PTNS, indicando uma diminuição da gravidade dos sintomas. Além disso, a qualidade de vida dos pacientes, avaliada pelo questionário PAC-QOL (Patient Assessment of Constipation Quality of Life), também apresentou uma melhora notável. A análise eletromiográfica dos músculos do assoalho pélvico revelou um aumento na amplitude, no número de unidades motoras e na duração da atividade muscular no grupo BT-PTNS. Estes resultados sugerem que a estimulação nervosa tibial posterior bilateral pode ser uma alternativa segura e eficaz para o tratamento da SDO, oferecendo um alívio significativo dos sintomas e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Estudos futuros com um número maior de participantes e acompanhamento de longo prazo são necessários para confirmar estes achados e otimizar os protocolos de tratamento.
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