Saúde Desvendada

A dor na parte posterior do tornozelo é uma queixa comum entre bailarinas, especialmente durante movimentos de flexão plantar. Embora a síndrome de Os Trigonum seja frequentemente considerada a causa principal, outras patologias podem estar envolvidas, como a artrite na articulação subtalar. Um estudo recente destaca a importância de considerar essa condição como um diagnóstico diferencial, especialmente quando a dor persiste após o tratamento da síndrome de Os Trigonum.

A artrite subtalar, particularmente envolvendo a faceta talocalcânea posterior, pode ser uma fonte oculta de dor no tornozelo. O diagnóstico pode ser desafiador, pois os sintomas podem se sobrepor aos da síndrome de Os Trigonum. No caso relatado, uma bailarina adolescente com dor persistente no tornozelo foi inicialmente diagnosticada com síndrome de Os Trigonum. No entanto, a reavaliação revelou sensibilidade localizada sobre a faceta talocalcânea posterior da articulação subtalar, juntamente com dor reproduzida durante a flexão plantar máxima do tornozelo combinada com pronação subtalar forçada. O ultrassom dinâmico foi fundamental para identificar uma lesão intra-articular hipoecoica migrando durante o estreitamento do espaço articular, reproduzindo os sintomas da paciente.

Este caso ressalta a importância de uma avaliação completa e minuciosa em bailarinas com dor persistente no tornozelo. O ultrassom dinâmico se mostra uma ferramenta valiosa para identificar patologias concomitantes sutis em casos complexos de dor posterior no tornozelo. O tratamento da artrite subtalar, neste caso, envolveu uma injeção de corticosteróide intra-articular guiada por ultrassom, resultando em alívio rápido da dor e retorno total ao esporte em 60 dias. É crucial que os profissionais de saúde considerem a artrite subtalar como um possível diagnóstico em bailarinos com dor no tornozelo que não respondem ao tratamento convencional para síndrome de Os Trigonum, garantindo assim uma abordagem terapêutica mais eficaz e personalizada.

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