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Um estudo recente realizado em centros de referência de HIV na Bélgica investigou a prevalência de traços autísticos em pessoas vivendo com HIV (PVHIV) e em usuários de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), uma estratégia preventiva para o HIV. A pesquisa revelou que a taxa de características autísticas nesses grupos é significativamente maior do que na população em geral, levantando importantes questões sobre a necessidade de cuidados de saúde mais adaptados e inclusivos.

A motivação para este estudo reside no fato de que indivíduos autistas podem estar mais vulneráveis ao HIV devido a lacunas na educação sexual adequada, maiores taxas de vitimização sexual e uma maior proporção de atração por pessoas do mesmo sexo em comparação com adultos não autistas. No entanto, dados sobre a prevalência de autismo entre PVHIV ou usuários de PrEP eram escassos até então. Para preencher essa lacuna, pesquisadores convidaram participantes de quatro centros de referência de HIV a preencherem o Questionário do Quociente do Espectro Autista (AQ), um instrumento validado para rastrear características autísticas, e a informarem sobre diagnósticos prévios de autismo.

Os resultados indicaram que, entre os 1.439 participantes, aproximadamente 6,39% apresentaram pontuações no AQ acima do limite considerado indicativo de autismo. Surpreendentemente, apenas cerca de um terço desses indivíduos relataram ter um diagnóstico prévio de autismo. Além disso, foi observada uma diferença significativa entre os grupos: a prevalência de traços autísticos foi maior entre usuários de PrEP (8,27%) do que entre PVHIV (4,28%). Esses achados ressaltam a importância de fornecer cuidados de saúde sexual culturalmente sensíveis e adaptados às necessidades específicas de indivíduos autistas que estão em risco ou vivendo com HIV, incluindo a implementação de estratégias de prevenção e tratamento que considerem suas particularidades e promovam a equidade em saúde.

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