Anestesia em Pacientes com Autismo: Um Estudo Retrospectivo Revela Desafios e Soluções
A administração de anestesia geral em pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresenta desafios únicos, frequentemente exigindo intervenções como pré-medicação e, em alguns casos, contenção física. Um estudo retrospectivo recente investigou as características de pacientes com TEA que necessitaram de cuidados especiais durante a anestesia, com foco particular no uso de contenção física durante a indução.
O estudo analisou dados de 102 pacientes diagnosticados com TEA (incluindo autismo, transtorno invasivo do desenvolvimento, síndrome de Rett, síndrome de Asperger e transtorno desintegrativo da infância) que foram submetidos à anestesia geral em um hospital especializado entre 2019 e 2022. Os pesquisadores coletaram informações sobre características clínicas e demográficas, métodos de pré-medicação e anestesia, indicações cirúrgicas, uso de contenção física e tempo de indução. A análise comparativa buscou identificar diferenças entre pacientes que necessitaram de contenção física e aqueles que não precisaram.
Os resultados revelaram que pacientes que necessitaram de contenção física durante a anestesia tendiam a ser maiores e mais propensos a exibir comportamentos auto lesivos ou agressivos. Curiosamente, o tempo de indução não foi significativamente prolongado no grupo que recebeu contenção física. As indicações mais comuns para anestesia foram procedimentos odontológicos. Os medicamentos midazolam e pentobarbital foram frequentemente utilizados como pré-medicação. Esses achados sugerem que características como tamanho corporal e comportamentos desafiadores podem influenciar a necessidade de contenção física em pacientes com TEA submetidos à anestesia geral. A pesquisa destaca a importância de considerar essas características ao planejar e implementar estratégias de manejo perioperatório para essa população, buscando refinar o uso da contenção física e promover uma experiência mais segura e confortável para o paciente. Mais estudos são necessários para otimizar os protocolos de anestesia para pacientes com TEA.
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