Dor no Ombro Pós-AVC: Um Estudo Sobre Alterações Musculares
A dor no ombro é uma complicação frequente após um Acidente Vascular Cerebral (AVC), impactando significativamente a qualidade de vida e a capacidade de reabilitação dos pacientes. Um estudo recente investigou as alterações miotonométricas nos músculos bíceps braquial (BB) e tríceps braquial (TB) em pacientes que sofreram AVC, buscando entender melhor a relação entre a dor e as propriedades viscoelásticas desses músculos.
A pesquisa, de caráter transversal, envolveu 45 pacientes em fase subaguda de AVC, divididos em três grupos com base na intensidade da dor no ombro: sem dor, dor leve e dor moderada. Através da miotonometria, foram avaliados o tônus, a rigidez e a elasticidade dos músculos BB e TB. Os resultados revelaram que o tônus muscular era semelhante em ambos os lados do corpo em todos os grupos, com exceção do tríceps no grupo sem dor, onde o tônus era maior no lado afetado. Curiosamente, o tônus dos músculos BB e TB foi menor nos grupos com dor em comparação com o grupo sem dor. A rigidez do bíceps braquial foi maior no lado não afetado nos grupos com dor leve e sem dor, e também maior no grupo sem dor em comparação com os grupos com dor.
As conclusões do estudo sugerem que as diferenças encontradas entre os membros afetados e não afetados em pacientes com AVC podem ser resultado de adaptações no membro não parético ou de um ritmo escapular anormal. Contrariando o conhecimento comum, a pesquisa indicou que o tônus e a rigidez muscular diminuíram à medida que a dor aumentou. Além disso, os resultados sugerem que alterações na elasticidade muscular podem não ocorrer em pacientes com AVC durante a fase subaguda. Esses achados desafiam algumas premissas sobre a fisiopatologia da dor no ombro pós-AVC e abrem caminho para novas abordagens de tratamento e reabilitação, focadas em entender e abordar as complexas interações entre dor, tônus muscular e adaptações neuromusculares.
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