Melatonina e Qualidade do Sono: Uma Análise Abrangente
A melatonina, um hormônio produzido naturalmente pelo corpo, tem sido cada vez mais utilizada como um auxílio para o sono. No entanto, a eficácia geral da melatonina exógena, ou seja, aquela administrada como suplemento, ainda é um tema de debate devido à inconsistência nos resultados de estudos anteriores. Uma revisão abrangente de revisões sistemáticas e meta-análises recentes buscou sintetizar as evidências disponíveis sobre os efeitos da melatonina na qualidade do sono em humanos.
A pesquisa analisou 57 revisões sistemáticas, englobando 227 meta-análises, que avaliaram os efeitos da melatonina em diferentes aspectos do sono, comparando-a com outras intervenções ou placebo. A análise revelou que, na maioria dos casos, a melatonina apresentou resultados favoráveis em relação ao placebo. Especificamente, em 80,9% das meta-análises que compararam melatonina a um placebo inativo, observou-se uma melhora no sono com o uso da melatonina. Apesar disso, os métodos de avaliação da qualidade do sono variaram significativamente entre os estudos, o que dificulta a obtenção de uma conclusão definitiva sobre os benefícios da melatonina para todos os indivíduos.
Embora os estudos apontem para um potencial benefício da melatonina, é importante notar que alguns efeitos colaterais foram relatados, ainda que geralmente leves. Dores de cabeça, problemas gastrointestinais e tonturas foram os efeitos adversos mais frequentemente observados. A revisão destaca a necessidade de padronização na terminologia e nos métodos de relato de efeitos colaterais para facilitar a comparação entre diferentes estudos. Em suma, a análise abrangente sugere que a melatonina pode ser eficaz para melhorar a qualidade do sono em muitos casos, mas ressalta a importância de considerar a heterogeneidade dos estudos e a possibilidade de efeitos colaterais leves. Estudos futuros, utilizando métodos mais consistentes, são necessários para confirmar esses achados e orientar a prática clínica.
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