Intervenção em Grupo para Pais de Crianças Autistas: Entendendo Comportamentos Restritivos e Repetitivos
Um estudo recente avaliou a eficácia de uma intervenção em grupo para pais e cuidadores de crianças autistas, focada na compreensão e no manejo de comportamentos restritivos e repetitivos. Esses comportamentos, embora comuns no autismo, podem variar em impacto, desde serem fontes de prazer e aprendizado até causarem prejuízos significativos na vida diária da criança.
A intervenção, chamada “Entendendo Comportamentos Repetitivos”, teve como objetivo capacitar os pais a reconhecer, compreender e responder de forma mais eficaz a esses comportamentos. O estudo, um ensaio clínico randomizado multicêntrico, comparou a intervenção com um grupo de psicoeducação sobre autismo. Os resultados, no entanto, foram inconclusivos em relação à eficácia clínica da intervenção no ponto final primário, em parte devido a um número menor de participantes do que o esperado fornecendo dados completos ao longo do estudo.
Apesar da falta de significância estatística no resultado primário, a análise de resultados secundários apontou que as crianças no grupo “Entendendo Comportamentos Repetitivos” apresentaram maior probabilidade de serem consideradas respondedoras em comportamentos restritivos e repetitivos específicos após 24 semanas. Contudo, tanto o grupo de intervenção quanto o grupo de psicoeducação demonstraram melhorias no funcionamento dos pais e da família ao longo do tempo, sem diferenças significativas entre os grupos. O estudo concluiu que, com base nos dados coletados, a intervenção provavelmente não seria considerada custo-efetiva em 12 meses. Pesquisas futuras devem se concentrar em identificar os mecanismos de mudança em comportamentos restritivos e repetitivos funcionalmente impactantes, considerar períodos de tempo mais longos e explorar diferentes métodos de avaliação dos benefícios para crianças autistas. Além disso, o estudo ressalta a importância de intervenções que visem apoiar pais e cuidadores no manejo de comportamentos desafiadores associados ao autismo, ainda que os resultados apontem para a necessidade de aprimoramento contínuo dessas abordagens.
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