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A dor neuropática, uma condição debilitante que surge de danos nos nervos, apresenta um desafio significativo no campo da medicina. Os tratamentos atuais frequentemente oferecem alívio limitado e podem vir acompanhados de efeitos colaterais consideráveis. Nesse contexto, a estimulação transcutânea do nervo vago auricular (taVNS) surge como uma abordagem não farmacológica promissora para o alívio da dor. Um estudo recente investigou os efeitos analgésicos da taVNS em um modelo de dor neuropática induzida por ligadura parcial do nervo ciático (PSL) em camundongos, buscando entender melhor seus mecanismos e otimizar suas configurações terapêuticas.

Os resultados revelaram que a taVNS aliviou significativamente a dor neuropática induzida por PSL em camundongos, caracterizada por alodinia mecânica (dor causada por estímulos que normalmente não são dolorosos). Os efeitos analgésicos mais robustos foram observados com sessões múltiplas e bilaterais de taVNS, administradas uma vez ao dia durante três dias consecutivos, com efeitos persistindo por pelo menos 48 horas após a estimulação. Essa configuração de estimulação sugere que a repetição e a abrangência da estimulação são cruciais para otimizar o alívio da dor.

Além disso, a análise imuno-histoquímica revelou que a taVNS aumentou a atividade neural no núcleo da rafe dorsal (DRN), uma fonte chave de serotonina, enquanto simultaneamente reduziu a atividade na amígdala central (CeA), uma região crítica para o processamento da dor e respostas afetivas. Experimentos adicionais demonstraram que os efeitos analgésicos da taVNS foram abolidos pela administração sistêmica de p-clorofenilalanina, um inibidor da síntese de serotonina. Esses achados destacam o papel crucial da sinalização da serotonina na mediação da analgesia induzida por taVNS para dor neuropática, sugerindo que a taVNS pode modular vias cerebrais envolvidas no processamento da dor e nas respostas emocionais a ela. Em conjunto, o estudo indica que a taVNS, atuando potencialmente através do sistema DRN-serotoninérgico para modular estruturas límbicas como a CeA, possui um potencial significativo como uma opção terapêutica não farmacológica para o gerenciamento da dor neuropática.

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